terça-feira, 1 de março de 2016

Vírus Zika e síndrome de Guillain-Barré

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“A síndrome de Guillain-Barré é desencadeada pela resposta imunológica do organismo a uma infecção. Os anticorpos produzidos confundem o micróbio com as células do sistema nervoso e as atacam. Na forma clássica, a pessoa perde a sensibilidade de pernas e braços e tem paralisia facial. A insuficiência respiratória ataca 30% dos doentes. Mas há variantes da síndrome: pacientes com fraquezas só nas pernas; outros andam como se estivessem bêbados (desequilíbrio de marcha), com paralisia no nervo ótico e perda dos reflexos; poucos sofrem de sonolência excessiva. Alguns podem ter formas sobrepostas da síndrome. A maioria dos pacientes recupera as funções; 20% ficam com sequelas.”





“Boa noite amigos! Quero compartilhar com vocês o dilema que eu e minha família temos vivido, com a finalidade de espalhar informações sobre o que alguns tentam abafar. Esperamos compartilhar com o máximo de pessoas possíveis para, quem sabe, diminuir ou evitar o sofrimento em outras famílias.

Bom, no dia 27 de novembro minha mãe foi diagnosticada com o zika vírus. Os sintomas eram claros, as marcas começaram a surgir e se espalhar rapidamente pelo corpo dela, como mostra a primeira imagem. Ela sentiu coceira e incômodo nos primeiros dias, mas com a medicação as manchas foram sumindo aos poucos, porém os tornozelos incharam e doíam a cada dia mais. O problema verdadeiro veio a semana seguinte. No dia 5/12 minha mãe começou a sentir dormência nos pés e um pouco depois nos braços. A princípio ela achou que pudesse ser estresse... Mas então os sintomas foram progredindo. Ela começou a sentir fortes dores nas pernas e aumento da dormência... As mãos também ficaram dormentes e ela não segurava mais nada com firmeza. No dia 6/12 ela foi para uma Emergência onde disseram a ela que aquilo era apenas uma desidratação e a liberaram logo em seguida. Mas os sintomas só aumentaram e ela começou a perder a firmeza nas pernas, se estivesse de pé, de repente as pernas "falhavam" e ela caia... Começou então a só andar com ajuda. No dia 8/12 ela voltou ao médico onde tomou uma vitamina, mas as dormências não passaram. Eu estava muito preocupada com tudo o que ela estava sentindo e fui pesquisar. Achei um artigo científico que falava sobre a Guillian-Barré, mas como seu diagnóstico não é fácil, foi descartado inicialmente. Mas no dia 9/12 quando acordei vi no facebook e na tv especulações sobre a associação do zika vírus com a Guillian-Barré, corri com a minha mãe às pressas para um hospital em Copacabana pois eu buscava um lugar grande, com recursos onde pudessem investigar aqueles sintomas. Ao chegar lá minha mãe já estava com a boca, olhos e língua dormentes e "fisgando". Então minha mãe foi atendida por uma doutora maravilhosa e com certeza guiada por Deus que, observou cuidadosamente cada movimento que minha mãe tentava fazer e não conseguia, prestou atenção em cada detalhe das informações que demos a ela, sempre acalmando minha mãe. Pediu a ela uma tomografia e um exame de sangue que foram feitos e entregues poucas horas depois, como nenhum dos exames apontou irregularidades, a doutora pediu uma Punção Lombar (exame caro que consiste na retirada e análise do líquor, na medula espinhal). Com o resultado do exame, que chegou durante a madrugada do dia 10/12 minha mãe foi enfim diagnosticada com a síndrome e então transferida logo em seguida para um outro hospital, onde ofereciam o tratamento com imunoglobulina no CTI.

Hoje, dia 11/12 foi seu segundo dia de tratamento e as melhoras aparecem aos poucos. Ela começa a sentir as pernas e movimentar os braços.

Mas, apesar de não tê-la em casa ainda, completamente saudável e comemorando sua recuperação, decidimos divulgar seu caso pelos simples fatos:

1- Hoje ela só está bem e em tratamento pq foi socorrida a tempo. Afinal, a síndrome já havia atingido a face;

2- Porque há muita falta de informação e não sabemos se existe mais casos como esse e se há diagnóstico ou tratamento disponível a todos e estamos tentando divulgar os sintomas e também sua rápida evolução;

3- Porque somos informadas no Hospital onde minha mãe foi diagnosticada que ela era um dos primeiros casos registrados e que talvez entrasse nas estatísticas, mas por não ser moradora da zona sul, infelizmente não teria tanta repercussão.

4- Porque achamos inadmissível que em pleno séc. 21 ainda existam pessoas sofrendo e afirmo a vocês que, MORRENDO por conta da falta (proposital) de informação.

5- Explicar um pouco mais sobre a Guillian-Barré: Ela é uma síndrome de caráter autoimune e inflamatória. Afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza muscular e paralisia (geralmente temporária) dos membros. Ela pode afetas pessoas de qualquer idade, começa a se manifestar por formigamentos nos pés e nas mãos e então vai subindo para os membros superiores. O formigamento e a alteração da sensibilidade dos membros vêm acompanhado de fraqueza nos músculos da face e da respiração (pode levar a óbito) o que faz com que o paciente precise ser tratado em UTI.
Na maioria das vezes a síndrome surge algumas semanas após uma infecção por vírus ou bactérias. O diagnóstico da SGB é clínico, porém reforçado por análise de líquor e achados de estudos neurofisiológicos.

6- Compartilhar com o maior número de pessoas que pudermos para alertar a população, para que tomem cuidado com a proliferação do mosquito e também com os sintomas que surgem. Para não desistirem de buscar um diagnóstico ou solução para o que estiver sentindo. Todos temos o direito de saber o que temos e principalmente de sermos tratados dignamente.

Obrigada amigos, compartilhem com quem puder!”


Carolina Leal (Nova Iguaçu - RJ) - 11 de dezembro de 2015 - Facebook


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“A síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e os sintomas mais comuns são dores nos membros inferiores, fraqueza e paralisia.”


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