“A síndrome de Guillain-Barré é desencadeada pela resposta imunológica do
organismo a uma infecção. Os anticorpos produzidos confundem o micróbio com as células do
sistema nervoso e as atacam. Na forma clássica, a pessoa perde a sensibilidade
de pernas e braços e tem paralisia facial. A insuficiência respiratória ataca
30% dos doentes. Mas há variantes da síndrome: pacientes com fraquezas só nas
pernas; outros andam como se estivessem bêbados (desequilíbrio de marcha), com
paralisia no nervo ótico e perda dos reflexos; poucos sofrem de sonolência
excessiva. Alguns podem ter formas sobrepostas da síndrome. A maioria dos
pacientes recupera as funções; 20% ficam com sequelas.”
“Boa
noite amigos! Quero compartilhar com vocês o dilema que eu e minha família
temos vivido, com a finalidade de espalhar informações sobre o que alguns
tentam abafar. Esperamos compartilhar com o máximo de pessoas possíveis para, quem sabe, diminuir ou evitar o sofrimento em outras famílias.
Bom, no
dia 27 de novembro minha mãe foi diagnosticada com o zika vírus. Os sintomas
eram claros, as marcas começaram a surgir e se espalhar rapidamente pelo corpo
dela, como mostra a primeira imagem. Ela sentiu coceira e incômodo nos
primeiros dias, mas com a medicação as manchas foram sumindo aos poucos, porém
os tornozelos incharam e doíam a cada dia mais. O problema verdadeiro veio a
semana seguinte. No dia 5/12 minha mãe começou a sentir dormência nos pés e um
pouco depois nos braços. A princípio ela achou que pudesse ser estresse... Mas
então os sintomas foram progredindo. Ela começou a sentir fortes dores nas
pernas e aumento da dormência... As mãos também ficaram dormentes e ela não segurava
mais nada com firmeza. No dia 6/12 ela foi para uma Emergência onde disseram a
ela que aquilo era apenas uma desidratação e a liberaram logo em seguida. Mas
os sintomas só aumentaram e ela começou a perder a firmeza nas pernas, se
estivesse de pé, de repente as pernas "falhavam" e ela caia...
Começou então a só andar com ajuda. No dia 8/12 ela voltou ao médico onde tomou
uma vitamina, mas as dormências não passaram. Eu estava muito preocupada com
tudo o que ela estava sentindo e fui pesquisar. Achei um artigo científico que
falava sobre a Guillian-Barré, mas como seu diagnóstico não é fácil, foi
descartado inicialmente. Mas no dia 9/12 quando acordei vi no facebook e na tv
especulações sobre a associação do zika vírus com a Guillian-Barré, corri com a
minha mãe às pressas para um hospital em Copacabana pois eu buscava um lugar
grande, com recursos onde pudessem investigar aqueles sintomas. Ao chegar lá
minha mãe já estava com a boca, olhos e língua dormentes e
"fisgando". Então minha mãe foi atendida por uma doutora maravilhosa
e com certeza guiada por Deus que, observou cuidadosamente cada movimento que
minha mãe tentava fazer e não conseguia, prestou atenção em cada detalhe das
informações que demos a ela, sempre acalmando minha mãe. Pediu a ela uma tomografia
e um exame de sangue que foram feitos e entregues poucas horas depois, como
nenhum dos exames apontou irregularidades, a doutora pediu uma Punção Lombar
(exame caro que consiste na retirada e análise do líquor, na medula espinhal).
Com o resultado do exame, que chegou durante a madrugada do dia 10/12 minha mãe
foi enfim diagnosticada com a síndrome e então transferida logo em seguida para
um outro hospital, onde ofereciam o tratamento com imunoglobulina no CTI.
Hoje,
dia 11/12 foi seu segundo dia de tratamento e as melhoras aparecem aos poucos.
Ela começa a sentir as pernas e movimentar os braços.
Mas,
apesar de não tê-la em casa ainda, completamente saudável e comemorando sua
recuperação, decidimos divulgar seu caso pelos simples fatos:
1- Hoje
ela só está bem e em tratamento pq foi socorrida a tempo. Afinal, a síndrome já
havia atingido a face;
2-
Porque há muita falta de informação e não sabemos se existe mais casos como
esse e se há diagnóstico ou tratamento disponível a todos e estamos tentando
divulgar os sintomas e também sua rápida evolução;
3-
Porque somos informadas no Hospital onde minha mãe foi diagnosticada que ela
era um dos primeiros casos registrados e que talvez entrasse nas estatísticas,
mas por não ser moradora da zona sul, infelizmente não teria tanta repercussão.
4-
Porque achamos inadmissível que em pleno séc. 21 ainda existam pessoas sofrendo
e afirmo a vocês que, MORRENDO por conta da falta (proposital) de informação.
5-
Explicar um pouco mais sobre a Guillian-Barré: Ela é uma síndrome de caráter
autoimune e inflamatória. Afeta o sistema nervoso e pode provocar fraqueza
muscular e paralisia (geralmente temporária) dos membros. Ela pode afetas
pessoas de qualquer idade, começa a se manifestar por formigamentos nos pés e
nas mãos e então vai subindo para os membros superiores. O formigamento e a
alteração da sensibilidade dos membros vêm acompanhado de fraqueza nos músculos
da face e da respiração (pode levar a óbito) o que faz com que o paciente
precise ser tratado em UTI.
Na
maioria das vezes a síndrome surge algumas semanas após uma infecção por vírus
ou bactérias. O diagnóstico da SGB é clínico, porém reforçado por análise de líquor
e achados de estudos neurofisiológicos.
6-
Compartilhar com o maior número de pessoas que pudermos para alertar a
população, para que tomem cuidado com a proliferação do mosquito e também com os
sintomas que surgem. Para não desistirem de buscar um diagnóstico ou solução
para o que estiver sentindo. Todos temos o direito de saber o que temos e
principalmente de sermos tratados dignamente.
Obrigada
amigos, compartilhem com quem puder!”
Carolina
Leal (Nova Iguaçu - RJ) - 11 de dezembro de 2015 - Facebook
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“A síndrome de Guillain-Barré é desencadeada pela resposta do
organismo a uma infecção. Os anticorpos confundem o micróbio com as células do
sistema nervoso e as atacam. Na forma clássica, a pessoa perde a sensibilidade
de pernas e braços e tem paralisia facial. A insuficiência respiratória ataca
30% dos doentes. Mas há variantes da síndrome: pacientes com fraquezas só nas
pernas; outros andam como se estivessem bêbados (desequilíbrio de marcha), com
paralisia no nervo ótico e perda dos reflexos; poucos sofrem de sonolência
excessiva. Alguns podem ter formas sobrepostas da síndrome. A maioria dos
pacientes recupera as funções; 20% ficam com sequelas.”
“A síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e os sintomas mais comuns são dores nos membros inferiores, fraqueza e paralisia.”
Síndrome
associada ao zika que provoca paralisia explode no Rio
Internado
com Guillain-Barré após zika, professor só mexe os olhos
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